Não pela primeira vez sou denunciado por acreditar nos mortos, e viver pelo passado. E é sobre isso que escrevo. Hoje essas denúncias chegaram a um ponto em que estou sendo acusado de negar a vida, pensando afirmá-la, com a crença pela qual opetei. Geralmente não costumo misturar temas especificamente pessoais, em especial minhas opiniões, com temas que tem um interesse geral. Acredito que nesse tipo de caso a melhor coisa a fazer seria expor os fatos como os vejo (afinal de contas, a neutralidade é difícil) e deixar que cada um opte pelo lado ou opinião que melhor lhe convier. Fato é que em situações como essa, onde somos minoria, querendo ou não aquele sentimento de que realmente estamos errados impera frente à imensa maioria. Mas isso é, penso eu agora, absolutamente redículo.
Vamos aos fatos... se fizermos um paralelo entre as religiões contemporâneas e a religião grega veremos que na verdade há uma imensa maioria de religiões que têm como foco a negação da vida, frente a poucas correntes de pensamento religioso, entre elas o Politeísmo Helênico, onde a vida é enaltecida e contantemente enobrecida e afirmada.
A religião grega não trabalha com essas possibilidades, ao menos não a religião cívica grega. Não há na religião grega relatos de crença pós-mortem, milagres ou coisas fo gênero. A religião grega afirma a vida, não faz promessas para depois ou constrói suas crenças com base numa moral do mais fraco; a moral grgea crê em valores maiores que a humilhação travestida de humildade: o heroísmo, a métis, a astrúcia , temperadas pela chabris, xênia, eusebia.
A religião grega vê vida e morte entrelaçadas de forma que uma não pode existir sem a outra. Os portais entre um mundo e outro existem, mas ocilam de tal forma que sempre se pode ver uma brecha entre a vida e a morte. Já os deueses sempre flutuam entre as esferas do humano e do divino. São "abrotoi", os de vida perpétua...
A vida é sempre a essência da prática social, cultural e religiosa. Não se nega ou se foge da vida. A moral e todos os aspectos da civilização grega apontam para a experiência e para o engrentamente desse imenso "agon kharismático".
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