Dentro do calendário das celebrações dionísiacas , a Grande Dionísas, ou Dionísias Urbanas são as mais novas dentre as festividades. Instituídas por Psístrato em Atenas, no século V AEC, em oposição à sua recente instituição, elas eram de grande importância para o desenvolvimento cultura da pólis, pois era durante esse período que aconteciam os grandes festivais de comédia e tragédia, onde Dioniso era honrado. Não só durante essa festividades aconteciam as apresentações teatrais, mas era durante esse período que os agons mais importantes aconteciam, dentro desse contexto.

Nesse sentido, o diferencial das Grandes Dionísias é que ela é, por assim dizer, uma criação dos cidadãos de Atenas. Uma festividade que se relaciona mais com o envolvimento do homem com o deus (notadametne Dioniso), do que ao calendário agrícola.
O festival tinha a duração de 6 dias, sendo esse período do dia 10 ao dia 15 do mês de Elaphebolion (fins ou meados de março, no calendário juliano), mas em geral começava-se com os preparativos bem antes, para assim possibilitar a montagem de cenários, contratação de atores, além do que, as obras a serem encenadas deviam submeter-se a uma espécie de conselho que avaliava sua viabilidade ou não; passando por esse conselho, iniciava-se os ensaios para as apresentações.
Durante o primeiro dia de celebrações, ocororria uma procissão ao começo da noite. A imagem de Dioniso era retirado do templo no caminho para Eleuteros ,onde eram feitos sacrifícios de touros e porcos, e junto com a imagem do deus Phallus coroado eram levadas em procissão e posteriormente era devolvida. Após a pompé, um Komos (espécie de procissão desorganizada, marcada pela bebedeira, músicas e danças) era iniciada. Após essse primeiro dia de celebrações, acontecia a apresentação dos atores e dos coros, e nos dias seguintes eram realizadas as competições (agon), sendo o último dia reservado às premiações.
Dentro das celebrações contemporâneas, podemos adaptar o ritual de modo a realizarmos atividades relacionadas ao motivo maior. É esse o período em que Dioniso é honrado como o Libertador, o Criativo, a força que derruba uma forma pré-existente a fim de criar, renovar, reabilitar para o novo. É o trágico e o cômico mesclando-se e interrelacinando-se. Algo da estrutura original pode ser mantido, como a procissão e o sacrifício (neste caso, de simulacros) em casos de grandes e médios grupos, porém a situação de estar sozinho não exclui tal possibilidade. Além disso, pode-se fazer visitar ao teatro e cinema, compor poemas, ler textos teatrais, fazer máscaras e consagrá-las aos grandes atores e ao próprio Dioniso.
_____
¹ , KERÉNYI, KARL, Dioniso: Imagem Arquetípica da Vida Indestrutível. São Paulo, Ed. Odysseus: 2006
², MOERBACK, Guilherme. As Grandes Dionísias e a Ordem Cívida na Atenas do Século V. In: Revista de História, UFF, Rio de Janeiro, 2007.
É curioso Thi.
ResponderExcluirQue uma semana após eu começar a praticar o Recon venha esse festival, que vem em sincronia com alguns acontecimentos da minha vida.
É parece que finalmente, mesmo indiretamente, Dionisio começa a se fazer presente na minha vida.
Depois te conto em detalhes ;)
Bjao
eu sou "groupie" de Dionísio. Não conto. Leio essas coisas e dá vontade de pegar meu tirso e sair correndo enlouquecida.
ResponderExcluir