sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sobre a Moralidade no Exercício Religioso

Uma queixa frequente de quem estuda a religião grega é a antimoral dos deuses expressa nos mitos. É essa uma questão frequente, ainda mais num contexto reconstrucionista, onde se tenta valorizar uma postura ética adequada e coerente com aquilo que se acredita. Mas temos que levar em conta que os mitos não são a essência da religião. A religião está naquilo que se faz, e numa religião onde não existem dogmas, como o Hellenismos, isto deve ser evidenciado. Também é preciso levar em conta que, por mais extravagantes que possam parecer, os mitos são de certa forma advertências para o que pode acontecer, e é comum que os deuses sejam colocados como personagens principais destes enredos onde eles mesmos são colocados como vítimas e causadores.
A função do mito vai muito além daquela religiosa. Há mitos que têm apensa função cívica ou educacional.
Na minah visão pessoal, cada culto oferece um ensinamento ético específico, que se relaciona com um determinado valor presente na cultura e religiosidade gregas. Como imaginar Zeus e Dioniso sem aa Xênia, a hospitalidade, ou Athena sem a métis e o métron, Héstia sem a Kharis, Afrodite e Ares e não reconhecer na relação recíproca entre ambos u jogo, o agon ?
O mito, muito além do que expressa a nível superficial pode oferecer outra leituras de modo a nos tornar mais acessível o entendimento de como os gregos viam o mundo e o milagre da vida. E mais engrandecedor  ainda é o serviço religioso que oferece a cada pessoa o contato direto com o sagrado

Nenhum comentário:

Postar um comentário