sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mounykhia

A Mounikhia é o festival que dá nome ao mês de Mounikhion, supostamente por ser dentro deste mês o festival de teor mais significativo para grande parte dos gregos antigos particularmente da região do Esparta, Atenas e Beócia, de onde se tem mais registros.

O festival é caracterizado pelo culto de Ártemis como deusa da Lua e Senhora dos Animais (Potnia Theron), e também em honra do herói Mounykhos. Conformo diz Suidas, Mounikhos era governante da cidade de Mounikhos, onde lá tinha seus promontórios. A cidade passava por um momento de crise, até que uma ursa apareceu e tomada pela voz da Deusa, disse aos atenienses o modo de acabar com a fome: era preciso que uma das meninas da aldeia fosse sacrificada à deusa. Ninguém se havia comprometido em fazer tal ato, até que Baros se ofereceu para tal serviço, justificando que sua família detinha as obrigações do sacerdócio. Então ele vestiu a filha e adornou-a, levando-a para o temenos e escondendo-a lá; feito isso vestiu uma cabra com as mesmas roupas e adornos e a sacrificou, como simulacro.  Suidas também mencionar que Mounikhyon era um monte em Athenas que era usado nos sacrifícios em honra de Ártemis Mounykhia.

Esse mito justifica grande parte das atividades desenvolvidas no festival no seu contexto antigo, em especial as encenações de meninas vestidas de saias para dançar da dança das ursas e o sacirfício da cabra para Ártemis Mounykhia.

O festival era aberto com uma procissão, como de costume na maioria dos festivais gregos. Não há registros exatos sobre como se procedia essa procissão, mas de modo geral pode-se dizer que os celebrantes faziam o percurso do templo até o local da festividade contarolando hinos e fazendo preces à Ártemis e ao herói local.  Cada pessoa levava consigo uma torta esferóide donde pequenas tochas chamadas 'dadia' eram afixadas, que seria posteriormente ofertadas à Ártemis como deusa da Lua. A estas tortas chamavam amphiphonte, que poderia ser traduzido como 'aquilo que brilha dos dois lados', que pode ser entendido por dois aspectos: o primeiro é a menção antiga de que as ofertas eram feitas quando o sol e a lua estavam ambos visíveis, e a segunda possibilidade pode ser que as dadia signifiquem o nascer e o pôr da lua.  Após isso é feito o sacrifício da cabra, notadamente uma cabra fêmea, reencenando o mito original de Baros, e dão-se início aos jogos e festividades, donde a principal competição é o da dança das meninas-urso, as Arktoi, jovens meninas que dançam vestidas em roupas curtas de cor açafrão, reencenando a dança dos ursos em homenagem à Ártemis e ao urso que profetizou a forma de acabar com a fome em Mounikhia.

Adaptando o festival aos dias de hora, podemos fazer ofertas e libações para Ártemis, recitando poemas pessoais ou hinos para Ela. Não havendo possibilidade de fazermos as tortas, podemos usar biscoito, pães ou bolos em com desenho (em papel de arroz, que é uma possibilidade), ou formato de cabra.  Outra possibilidade é você se engajar em atividades relaciondas à festividade, como presentear crianças, visitar um orfanato... as possibilidades são muitas. O festival também é uma oportunidade para você começar a praticar esportes, ou repensar no sentido do heroísmo e de quem são seus ídolos e herói no mundo de hoje. Em todos os casos, as experiências são todas recompensadoras.  Bom festival a todos.

3 comentários:

  1. Obrigada pelo post.
    Muito interessante.

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  2. Indiquei vc pro Dardos baby ;)
    http://jotadecopas.blogspot.com/2010/05/1selo-premio-dardos.html

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  3. Bom conheci o mês de mounikhion através do filme Sócrates.

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